Noite… a lua inundava, iluminava o quintal da casa… João, com 4 anos, brincava junto a um poço, com o seu pai!
Entre sorrisos e paternas conversas, permaneceram ao redor do poço, onde a lua se encontrava reflectida!
- Pai, Papa, olha… a lua encontra-se no tanque. Vou apanhar a lua e dar-ta-ei! Queres?Sem ter a certeza da afirmação ou da negação à sua pergunta, João encontrava-se com as suas pequenitas mãos, dentro da água. Tentava agarrar a lua.
- Já a apanhas-te? - Perguntou o pai. Rindo e contemplando a inocência do seu transparente filho.
Naquela água límpida, já não via reflectida a lua, mas as sombras de João. A lua saltitava por entre os pequenitos dedos do João, ondulando-se na agua.Muito desiludido, o pequeno João, abeirava-se do pai, lacrimejava, pois não tinha conseguido agarrar e presenteá-lo. Tinha sido impossível apanhar a lua!
João, não conseguia perceber que apenas do reflexo se tratava, apesar de o pai, insistir na presença que desde o alto era verdadeira!
Quantas vezes vivemos de reflexos e não queremos entender a alegria da realidade pela qual somos chamados. Não contemplamos o real e permanecemos agarrados a imagens reflectidas. Permanecemos como crianças, apesar da não inocência, corremos atrás de algo, impossível de alcançar...
Não somos capazes de vislumbrar a realidade que tão perto permanece! Ocultamos caminhos… enganamo-nos, tal como a criança que procura algo que jamais encontra, pois, nunca existiu naquele tempo, nem naquele espaço… Desprezamos e não desvendamos a nós mesmos o mistério que ocultamente escondemos.
As exigências, exigem cada vez mais...
É preferível duvidar da presença do que enfrentar a verdade em que ainda não vivemos? Até onde, será possível de eliminar a adaptação, permitindo a existência do original?
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