quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

O meu nome é Esperança!


«Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E — ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá (É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...»

[Mário Quintana]

sábado, 27 de dezembro de 2008

Nosso modelo: a Sagrada Família de Nazaré.



«Nesse lugar pensei: Quanto deserto
Atravessei para encontrar aquilo
Que morava entre os homens tão perto.»


[Sofia de Melo Breyner]

sábado, 20 de dezembro de 2008

Presépio kanimambo

Na noite de ontem parecíamos engenheiros, arquitectos, sei lá o que… a tentar consolidar a gruta de Belém. (…direita, esquerda, corta, cola… agrafa… hum… está bem assim?!) Tentávamos delinear a gruta simples e humildes onde nasceu o Senhor Jesus. Recordávamos Belém, o seu significado e todos os projectos esboçados pelo grupo com toda a criatividade… Nas fotos que se seguem podereis ver a obra que nasceu para Ele que ainda lá não se encontra. Ainda não O poderemos contemplar, mas não nos esqueçamos de o fazer! Que o contemplemos no presépio, neste silêncio que nos acolhe. Este menino é exigente. Demos-lhe toda a nossa atenção. Ele nos acolherá e compreenderá. A Sua paciência e humildade abarca todo o Mundo. Deixemo-nos levar, não temamos os seus passos, caminhemos com Ele e tudo se tornará mais fácil! Ele encontra-se a caminho e quer que cada um de nós saía ao Seu encontro.







quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Preparar o presépio!

«Em muitas famílias, seguindo uma bela e consolidada tradição, começa-se a preparar o presépio, quase como para reviver, junto com Maria, esses dias de trepidação que precederam o nascimento de Jesus. Construir o presépio em casa pode reve¬lar-se um modo simples, mas eficaz, de apresentar a fé e transmiti-la aos próprios filhos»
[Papa Bento XVI]



Natal é sinónimo de união, é sinal de um Amor que nos centra numa gruta de Belém e nos convida a olhar para esta ditosa noite com toda a ternura…
A comunidade Carmelita de Viana do Castelo lançou a iniciativa aos grupos existentes na comunidade. A diligência é a de dinamizar a construção de um presépio num lugar dentro do convento.
Cada presépio esta a ser pensado por cada grupo e será construído ao longo do Advento. Ao pensá-lo e ao executá-lo celebraremos o momento em que o Divino Mistério toca toda a humanidade no amor de Maria, silêncio de José, no caminho dos reis magos, no anúncio da estrela, na pobreza...
Não importa se o presépio que estamos a fazer é de papel, plástico, trapos, vidro, lata, papel, se é pequeno ou grande… o que realmente importa é que cada presépio reúne-nos ao redor do que é essencial nesta quadra. O que importa é que ao pensá-lo e ao executá-lo dá-mos lugar ao encontro com Ele, valorizando o essencial da vivência cristã do tempo de Advento e Natal. Reúne-nos para que entremos nesta maravilhosa gruta e alegremente celebremos a vinda deste príncipe da paz que quer fazer morada em nós…
Que continuemos a preparar a sua vinda! Que nos centremos no presépio, num presépio que anuncia um menino que vem até nós para ser presença no meio das nossas vidas em cada novo dia!
O grupo Kanimambo aqui vos deixa alguns momentos alegres da execução do presépio… Ele vem a caminho…








terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O caminho da manhã



«Vais pelo caminho que é de terra amarela e quase sem nenhuma sombra. As cigarras cantarão o silêncio de bronze. À tua direita irá primeiro um muro caiado que desenha a curva da estrada. Depois encontrarás figueiras transparentes e enroladas; mas os seus ramos não dão nenhuma sombra. E assim irás sempre em frente com a pesada mão do Sol pousada nos teus ombros, mas conduzida por uma luz levíssima e fresca. Até chegares às muralhas antigas da cidade que estão em ruínas. Passa debaixo da porta e vai pelas pequenas ruas estreitas, direitas e brancas, até encontrares em frente ao mar uma grande praça quadrada e clara que tem no centro uma estátua. Aí deves parar e olhar um instante para o largo pois ali o visível se vê até ao fim. E olha bem o branco, o puro branco, o branco de cal onde a luz cai a direito. Também ali entre a cidade e a água não encontrarás nenhuma sombra; abriga-te por isso no sopro corrido e fresco do mar. Entra no mercado e vira à tua direita e ao terceiro homem que encontrares em frente da terceira banca de pedra compra peixes. Os peixes são azuis e brilhantes e escuros como malhas pretas. E o homem há-de pedir-te que vejas como as suas guelras são encarnadas e que vejas bem como o seu azul é profundo e como eles cheiram realmente, realmente a mar. Depois verás peixes pretos e vermelhos e cor-de-rosa e cor de prata. E verás os polvos cor de pedra e as conchas, os búzios e as espadas do mar. E a luz se tornará líquida e o próprio ar salgado e um caranguejo irá correndo sobre uma mesa de pedra. À tua direita então verás uma escada: sobe depressa mas sem tocar no velho cego que desce devagar. E ao cimo da escada está uma mulher de meia-idade com rugas finas e leves na cara. E tem ao pescoço uma medalha de ouro com o retrato do filho que morreu. Pede-lhe que te dê um ramo de louro, um ramo de orégãos, um ramo de salsa e um ramo de hortelã. Mais adiante compra figos pretos; mas os figos não são pretos mas azuis e dentro são cor-de-rosa e de todos eles corre uma lágrima de mel. Depois vai de vendedor em vendedor e enche os teus cestos de frutos, hortaliças, ervas, orvalhos e limões. Depois desce a escada, sai do mercado e caminha para o centro da cidade. Agora aí verás que ao longo das paredes nasceu uma serpente de sombra azul, estreita e comprida. Caminha rente às casas. Num dos teus ombros pousará a mão da sombra, no outro a mão do Sol. Caminha até encontrares uma igreja alta e quadrada.
Lá dentro ficarás ajoelhada na penumbra olhando o branco das paredes e o brilho azul dos azulejos. Aí escutarás o silêncio. Aí se levantará como um canto o teu amor pelas coisas visíveis que é a tua oração em frente do grande Deus invisível.»

[Sophia de Mello Breyner]

domingo, 14 de dezembro de 2008

Cântico Espiritual - São João da Cruz



SÃO JOÃO DA CRUZ
Nasceu em Fontiveros, perto de Ávila, Espanha.

Foi em Medina del Campo, no ano de 1567, que a Madre Teresa de Jesus o conheceu e ficou prendada das suas qualidades e santidade. Na sequência convida-o para primeiro Carmelita Descalço e fundador entre os frades do novo estilo de vida que ela mesma havia iniciado entre as freiras.

No dia 28 de Novembro de 1568, primeiro domingo do Advento, deu-se início oficialmente à nossa Ordem.

As rivalidades levaram-no à prisão, durante nove meses, de Dezembro a Agosto. Frei João esteve preso no cárcere conventual de Toledo, quase morrendo de frio no Inverno, quase asfixiando de calor no Verão. Foge na noite de 16 de Agosto, porque não lhe deixaram celebrar Missa de Nossa Senhora.

No dia 7 de Dezembro soube que morreria a 14, por ser Sábado, dia de Nossa Senhora. À meia-noite, ouvindo o sino, exclama: "Vou cantar Matinas para o Céu" e adormeceu, dizendo: "Nas Tuas mãos Senhor entrego o meu espírito".

Era o dia 14 de Dezembro de 1591, Sábado.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Os filhos da avareza



Quem toma a dianteira dá o exemplo.

«Era uma vez uma tribo berbere que vivia na montanha. Chamava-se Beni Shahih, que significa «Filhos da Avareza». De facto, todos os membros da tribo eram conhecidos pela sua sovinice. Os viajantes que iam repousar àquela aldeia sabiam de antemão que recebiam apenas uma malga de leite misturado com água.
Um dia, um jovem daquela tribo, cansado da tradição cultural do seu povo, propôs-se libertar a aldeia da fama da avareza. Reflectiu longamente e teve uma ideia.
No dia de mercado, colocou-se no centro da praça. Dirigiu-se, em alta voz, a todos os presentes com estas palavras: «É vergonhoso que todos nos considerem forretas. Temos de mudar e dar aos de fora uma prova de generosidade e de hospitalidade.»
As suas palavras agradaram aos ouvintes e todos lhe perguntaram o que deviam fazer.
O jovem disse:
– Cada um de nós, amanhã de manhã, trará um litro de leite. Encheremos a cisterna. Assim, cada viajante que passar por aqui poderá alimentar-se bem, em vez de beber apenas água.
A notícia circulou de casa em casa e cada qual tratou de exceder a generosidade dos outros. Encheram vasilhas de dois litros. Mas, sem dizer nada a ninguém, cada um encheu as vasilhas com água e não com leite, como tinham combinado, porque pensaram: «Numa cisterna cheia de leite, ninguém notará que coloquei água.»
Na manhã seguinte, toda a aldeia estava junto da cisterna, que continuava seca, pois ninguém queria ser o primeiro a deitar o líquido.
Um homem mais ousado, insinuou:
– Desconfio que as vossas vasilhas estão cheias de água.
Os outros replicaram:
– E nós suspeitamos que também o teu só tem água.
Todos começaram a rir. Perceberam como é difícil mudar o carácter de um povo quando não seguem os passos de quem ousou inovar».

[Fábula árabe]

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Solenidade da Imaculada Conceição



“Porque Te amo, oh Maria”

« Oh! Quisera cantar, Maria, por que te amo
Porque é que o teu nome tão doce me faz vibrar o coração
E porque o pensamento da tua grandeza suprema
Não poderia inspirar à minha alma o sentimento do temor.
Se eu te contemplasse na tua sublime glória
E mais brilhante do que todos os bem-aventurados,
Não poderia acreditar que sou tua filha
Ó Maria, diante de ti, eu baixava os olhos!...”

“ Já que o Rei dos Céus quis que a sua Mãe
Mergulhasse na noite, na angustia do coração,
Maria, é então um bem sofrer na terra?
Sim, sofrer amando, é a felicidade mais pura!...
Tudo o que Ele me deu Jesus pode tomá-lo
Diz-lhe que nunca se constranja comigo…
Ele pode esconder-se, eu consinto em esperá-l´O
Até ao dia sem acaso em que se extinguirá a minha fé…”

“Amas-nos, Maria, como Jesus nos ama
E consentes por nós em afastar-te d´Ele.
Amar é tudo dar e dar-se a si mesmo
Quisestes demonstrá-lo ficando connosco.
O Salvador conhecia a tua ternura imensa
Sabia os segredos do teu coração maternal
Refugio dos pecadores, é a ti que Ele nos deixa
Quando abandona a Cruz para nos esperar no Céu”.

[Santa Teresa do Menino Jesus (Estrofes 1, 16, 22)]

sábado, 6 de dezembro de 2008

V i n d e



«Verdadeiramente,
acreditamos que Deus,
está todos os dias,
no meio de nós.

Lá onde todos os homens resistem
Aos ataques da intolerância;
Lá onde eles levam a luz
Onde existem as densas trevas circundantes;
Lá onde eles despertam à sua volta
Um desejo de reconciliação e de amizade.

Mas como poderemos deixá-lo assim
nos nossos caminhos
sem ir ao seu encontro?


E como poderá ele seguir o seu caminho
e vir até junto de nós
se nos mantemos surdos ao seu grito:

«Vinde, também vós,
seguir os meus passos...»

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

ENTRAI EM ADVENTO!


Entrai
em Advento…
Entrai
num tempo em que Deus
vem ao nosso encontro.
Entrai
num tempo onde Deus
nos enche de alegria e paz
para que possamos discernir
os sinais da Sua presença.
Entrai
num tempo onde o amor
é mais forte.
Entrai
num tempo onde a humanidade
se reconcilia com Deus.
Entrai
num tempo de encontro com Aquele
que veio habitar no meio de nós.
Entrai
em Advento…

E que o Deus da unidade e da paz
nos congregue com todo o seu povo
na terra.
E através das nossas atitudes,
das nossas palavras
o Mundo (re)conheça o Seu
verdadeiro e eterno
Amor.