terça-feira, 30 de setembro de 2008

DIA III - Santa Teresinha, fazei-nos missionários do Amor!





Santa Teresinha,
exemplo terno de simplicidade, amor, força, constância, entrega generosa…
Erradia o nosso viver a partir do centro onde habita o Rei.
Que possamos ser no Mundo transparência do teu amável afecto.

Santa Teresinha,
jamais deixe de brilhar a luz do teu natural e terno olhar de criança,
onde nos sentimos abandonados nas mãos do Pai,
confortados com a Sua presença,
realizados e com decidida coragem
de seguir os desígnios do coração.

Santa Teresinha,
amai-nos para que não desistamos de amar
os missionários do mundo, os missionários do amor!
Continua a derramar sobre eles
as mais belas flores do teu vasto jardim do Mundo: o Amor!

Oh! Santa Teresinha,
que o espírito missionário entranhe em todas as nossas acções.
Fazei-nos missionários do Amor!
Assim te pedimos que intercedas por nós.
Amén.

40 Anos em Madagáscar


Em Madagáscar celebraram-se os 40 anos de presença carmelitana. O projecto de fundar na Ilha Vermelha nasceu em 1648, mas só se alcançou em 1968. Coube aos Carmelitas de Veneza empreender esta empresa, levada adiante pelos Padres Angelo Doriguzzi, Gino Pizzuto e Sergio Sorgon, entretanto martirizado.
O Papa Paulo VI empenhou-se pessoalmente no envio dos três missionários.
Nas celebrações destes 40 anos esteve presente o Presidente da Assembleia Nacional e o Ministro dos Negócios Estrangeiros, que referiu: «Os carmelitas são reconhecidos em Madagáscar como grandes reformadores do ensino pelo seu grande contributo na educação da juventude malgache. A qualidade do seu ensino e os resultados do seu trabalho não precisam de ser demonstrados.»
Actualmente vivem ali setenta Carmelitas: 37 sacerdotes, 24 religiosos professos simples, 9 noviços.

Há 50 anos em África


O Congo foi a primeira terra africana a receber os missionários Carmelitas.
Já no séc. XX (15 de Abril de 1958) os Carmelitas da Bélgica enviaram os Padres Boniface e Willibord que se fixaram em Luluabourg. Dez anos mais tarde tocou aos Carmelitas italianos sustentar esta presença carmelitana que se mantém ininterrupta no País desde há pelo menos 50 anos.
As celebrações do jubileu de ouro prometem ir às raízes da nossa presença em África e evidenciar a valentia dos Carmelitas nativos. Os dois primeiros carmelitas congoleses, Frei Constantin Kabasubabo e Frei André Tshibuabu celebram este anos os seus 25 anos como carmelitas.
Esta circunscrição da Ordem conta actualmente com mais de sessenta membros.

ENTREVISTA COM A IRMÃ CIDÁLIA, MISSIONÁRIA


1. Irmã Cidália Moreira, você é religiosa Carmelita Missionária. Diga-nos o que é Missão.

[ Missão é dar a vida. ]


Missão é o chamamento de Cristo a toda a Igreja. Todos nós por sermos baptizados devemos seguir esse mandato de Jesus e levar também em conta o que nos diz S. Paulo, «Ai de mim se eu não evangelizar!».
Missão é evangelizar, é levar o Evangelho a todos. Porém, é verdade que dentre todos os baptizados existem alguns que são chamados, eu não diria de uma forma especial, mas diferentemente — e entre esses encontram-se pessoas como eu —, para se dedicarem plenamente à Missão. Esse é o nosso principal trabalho, de uma maneira mais clara e damos a nossa vida por isso. Para mim, missão é entrega e doação, entregar a vida e viver a entrega com alegria. Isto é a missão para mim.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

DIA II - Límpida rosa do Carmelo





Santa Teresinha,
límpida rosa do Carmelo,
suave aroma
derramado nas mais belas pétalas de rosas
sobre o Mundo,
infunde em nós o ardor missionário,
torna-nos bons, pacientes e humildes de coração
faz-nos pequeninos como tu
para que desta forma possamos amar o Amor.
Dá-nos ânimo, fé, esperança e caridade.
Apadrinha os nossos passos
mantendo-nos no firme Amor em Jesus
para que possamos louvar todos os nossos irmãos missionários.
Serena os nossos corações e orienta-nos
para o verdadeiro amor divino! Ámen.

A caridade perfeita


Ah! compreendo agora que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se escandalizar com as suas fraquezas, em edificar-se com os mais pequenos actos de virtude que se lhes vir praticar; mas compreendi, sobretudo, que a caridade não deve ficar encerrada no fundo do coração: «Ninguém, disse Jesus, acende uma candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas coloca-a sobre o candelabro para alumiar todos os que estão em casa». Creio que essa luz representa a caridade, que deve iluminar e alegrar, não só os que são mais queridos, mas todos aqueles que estão em casa, sem exceptuar ninguém.
(Santa Teresinha do Menino Jesus - História de uma Alma, Ms C 12rº)

domingo, 28 de setembro de 2008

DIA I - Com Santa Teresinha rezamos pela Igreja Missionária




Santa Teresinha, modelo de humildade,
que sempre te abandonaste de mãos vazias
nas mãos de Deus Pai.

Intercede junto d´Ele
para que os homens acolham a verdade do Evangelho;
para que sejam guiados pelo Amor,
e pelo espírito da entrega e doação.

Para que compreendam o vosso pequenino caminho
da simplicidade que leva ao Céu.

para que destruam ódios e egoísmos,
e possam edificar as paredes sólidas
de um mundo melhor
cativados no amor, na justiça e paz.

Santa Teresinha do Menino Jesus,
padroeira das missões,
intercedei por nós
e protegei os missionários dos perigos do mundo.
Amén.

sábado, 27 de setembro de 2008

Exemplo de Amor!



Era uma vez um bom construtor que fez uma casa para seus numerosos filhos e filhas.
A casa saiu espaçosa e sólida. Em volta dela foram preparados um lindo jardim com muitas flores e um pomar com todo o tipo de árvores de frutas.
O pai construtor, com legitima satisfação, entregou a casa quase pronta. E pediu a seus filhos e filhas que fizessem os acabamentos conforme os gostos deles, cuidassem da casa com sabedoria e vivessem nela com espírito de união e partilha. Como verdadeiros irmãos e irmãs!
Mas a vontade do Pai não foi respeitada. Cada um quis fazer de seu jeito e conforme seus interesses egoístas. E nasceu confusão, bagunça, intrigas…
Alguns invadiram os quartos dos outros que acabaram fechando portas e janelas. Alguém roubou a chave da cozinha para ninguém entrar. Pisaram as flores do jardim e cortaram as árvores de frutas. Alguém foi até expulso de casa. O pai triste e preocupado não deixava de enviar cartas e mensagens e de fazer visitas frequentes, sempre dando conselhos e apontando o caminho certo.
Teve poucos resultados.
E quando as coisas pioraram ainda mais, tomou a decisão: morar junto dos seus filhos e filhas. Infelizmente não foi bem recebido, teve que se colocar no fundo do quintal. E daí, com sua presença, com suas palavras e um grande exemplo de amor, tentou ajeitar as coisas e fazer compreender que uma casa é bonita quando nela reina o amor, o respeito e a justiça. Alguns o seguiram, muitos o recusaram.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Convite: XV HOREB, BRAGA | 3,4 e 5 OUT ' 08


Olá amigo e amiga:
Convidamos-te a participares no HOREB.
O Horeb é um convite a subires ao monte.
O Horeb é encontro contigo, encontro com os outros, com Ele.
O Horeb é partilha, é carminho!
O Horeb é aprender com os mestres!

Este ano o nosso convidado especial é S. Paulo e começaremos a nossa XV história por apresentar um mestre.
Um mestre que não deixou de inquietar os mestres carmelitas, Sta. Teresa de Jesus, S. João da Cruz, Sta. Teresinha… e tantos outros…

Atreve-te a estar presente neste XV HOREB.
Vem aprender com S. Paulo a viver em intimidade com Deus, numa atitude de amor e serviço aos irmãos.

A nossa e a tua resposta tem que ser afirmativa.
Eis a proposta que te fazemos.
Eis a resposta que esperamos:
Conta comigo. Eu vou.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Reportagens sobre o congresso missionário




Convidámos-vos a clicar em: http://congressomissionario2008.blogspot.com
Neste clicar ireis aceder a reportagens da TV Fátima sobre o Congresso Missionário.

Não é possível esquecer os jovens


Nos tempos modernos, a actividade missionária desenvolveu-se sobretudo em regiões isoladas, longe dos centros civilizados e inacessíveis por dificuldades de comunicação, de língua e de clima. Hoje a imagem da missão ad gentes está talvez a mudar: lugares privilegiados deveriam ser as grandes cidades, onde surgem novos costumes e modelos de vida, novas formas de cultura e comunicação que depois influem na população. É verdade que a « escolha dos menos afortunados » deve levar a não descuidar os grupos humanos mais isolados e marginalizados, mas também é verdade que não é possível evangelizar as pessoas ou pequenos grupos, descuidando os centros onde nasce — pode-se dizer — uma nova humanidade, com novos modelos de desenvolvimento. O futuro das jovens Nações está-se a formar nas cidades.
Falando de futuro, não é possível esquecer os jovens que, em numerosos Países, constituem mais de metade da população. Como proceder para que a mensagem de Cristo atinja esses jovens não cristãos, que são o futuro de inteiros Continentes? Evidentemente já não bastam os meios tradicionais da pastoral: são necessárias associações e instituições, grupos e centros específicos, iniciativas culturais e sociais para os jovens. Eis um ambito onde os modernos Movimentos eclesiais têm largo campo de acção.

(João Paulo II, Redemptoris Missio 37)

A Igreja existe para evangelizar.



Evangelizar constitui de facto a graça e a vocação da própria Igreja. A sua identidade mais profunda. A Igreja existe para evangelizar.

(Paulo VI, 1975)

A Igreja é missionária



A Igreja é missionária no seu conjunto
e em cada um dos seus membros.

(Bento XVI, 13 Abril 2008)

A primeira tarefa



A evangelização é o fundamento de tudo e deve ter o primado sobre tudo. Nada a pode substituir. E nenhuma tarefa se pode antepor.

(Bispos de Itália, 15 de Maio 2005)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Uma questão de amor




A Evangelização é uma questão de amor inadiável e não delegável. Não podemos adiar, tem de ser hoje! Não podemos delegar nos Institutos Missionários aquilo que tem de ser feito por mim!

D. António Couto

Começar por cada um de nós



Tornámo-nos um mundo velho; deixámo-nos vencer pelo cansaço. É necessário um radical revigoramento missionário da nossa Igreja.
Não se trata apenas a reformar as estruturas, é preciso começar por cada um de nós. Se não estivermos entusiasmados pela profundidade e pela beleza da nossa fé não podemos verdadeiramente transmiti-la nem aos vizinhos nem aos filhos, nem às gerações futuras. É necessário também ganhar outras pessoas para a nossa fé cristã e arrastar os cristãos que cederam ao cansaço ou que até abandonaram a Igreja. Devemos difundir verdadeiramente o Evangelho de casa em casa, de coração a coração.

Card. Karl Lehmann

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Nasci para servir os outros



Um enorme cepo de oliveira ardia lentamente ao canto da lareira. Entretanto, recordava o seu passado. «No princípio, era uma oliveira como as outras. Além de dar azeitona, os pássaros abrigavam-se nos meus ramos. Passaram os anos e comecei a sentir dificuldades: a seiva já não atingia os ramos altos, que começaram a secar. Tornei-me numa velha oliveira que já não dava azeitona. Sequei pouco a pouco e tornei-me num velho cepo. Vieram os lenhadores arrancar-me e vim parar a esta lareira. Pegaram-me fogo e eu dou-lhes o calor de que necessitam. Á minha volta, nesta noite fria, os homens esfregam as mãos, as mulheres falam e as crianças dormitam».
E o último pensamento do cepo foi este:
«Nasci para servir os outros. Fiz o melhor que pude no desempenho da missão que me coube. Por isso, morro tranquilo e feliz. No punhado de cinza a eu me reduzo fica a alegria de me ter dado completamente aos outros até ao fim».

domingo, 21 de setembro de 2008

Todos somos missionários

“A aldeia era atravessada por um grande rio caudaloso. Um dia essa aldeia foi alvoroçada por um grito: “ Socorro! Socorro, porque caiu uma criança ao rio!”.
As mães correram aflitas para a margem do rio pensando: Será o meu filho?
Um rapaz, óptimo nadador, amarrou uma corda e lançando a outra extremidade em direcção à multidão gritou: “ Vou buscá-lo. Segurem na corda!”
Mergulhando nas águas revoltas do rio, nadou em direcção à criança, que já desaparecia levada pela correnteza. O povo observava apavorado. Quando o jovem conseguiu agarrar a criança nos braços, houve um grande alívio por parte da multidão.
“Puxem a corda! Puxem a corda!”, gritou o nosso herói quase exausto. Com grande espanto, horrorizados, viram que ninguém tinha segurado a corda. Cada um pensou que o outro iria fazê-lo. Resultado: duas vidas pereceram nas águas turbulentas daquele rio.”

Assim é o trabalho missionário: alguém precisa de levar a salvação. O missionário pode lançar-se ao rio turbulento, expor-se a perigos e dificuldades, mas, se não houver quem segure a corda, o resgate dos perdidos será muito difícil. Não importa se estamos dentro do rio, ou se estamos na ponte a segurar a corda. O que é preciso é que façamos bem aquilo que fomos chamados a fazer...

sábado, 20 de setembro de 2008

Missão e Missões


"Quanto mais o tema e a perspectiva missionária são colocados em primeiro plano por parte da Igreja, ela coloca-se em condições de enfrentar a sua tarefa de educação na fé e de consolidação da fé na velha Europa. A missão cura a Igreja e dá-lhe nova juventude."

Renato Corti


Missão é …



“Missão é partir, caminhar, deixar tudo,
Sair de si, quebrar a crosta do egoísmo
Que nos fecha no nosso Eu.
É parar de dar volta ao redor de nós mesmos
Como se fossemos o centro do mundo e da vida.
É não se deixar bloquear nos problemas do pequeno
Mundo a que pertencemos:
A humanidade é maior.
Missão é sempre partir, mas não devorar quilómetros.
É sobretudo abrir-se aos outros e amá-los,
É preciso atravessar os mares e voar lá nos céus,
Então missão é partir até aos confins do mundo.”

Dom Helder Camara



sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Um farol à beira mar




Era um farol à beira mar. Um farol muito antigo, que os velhos sempre viram ali.

Um farol muito útil pois a costa era penhascosa e o perigo certo para os pescadores que lidavam sobre as ondas. Altaneiro como uma torre, todos o viam à distancia e quando o viam sabiam que a barra ficava perto.

O farol via os barcos passar, ao longe e ao perto, mas sem que nenhum lhe ligasse importância. Bem se esforçava por atrair as atenções dos mareantes, roncando forte nos dias de nevoeiro e piscando os seus olhos luminosos a noite inteira. Mas os barcos não se incomodavam e passavam como se ele não fosse ninguém. Tanta indiferença fazia-lhe mal. Pior ainda, quando notava que os barcos se afastavam dele como de um mau agoiro. Bem gostaria de conversar um pouco com os barcos, ouvir histórias do alto mar, saber da faina dos pescadores. Mas não. Para eles, o farol não era gente. Só às vezes, o faroleiro se entretinha com ele, a recordar histórias antigas de naufrágios de outros tempos.

Até que um dia, o farol perdeu a paciência e cansado de tanta indiferença, resolveu calar a sua voz e apagar a luz. Para quê esforçar-se se ninguém apreciava o seu esforço?

Mas passados poucos dias, reparou que um barco se começou a aproximar cada vez mais até que encalhou contra os penedos da costa. Ouviu então os homens gritar de dentro do barco:
- A culpa é do farol, que está avariado. Se ele nos fizesse sinal, nada disto aconteceria.

Só então o farol compreendeu porque é que os barcos nunca se aproximavam dele. Era ele que os ajudava a evitar a costa e a fugir do perigo. Afinal não era dele que os homens fugiam, ele é que os salvava.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ser Missionário





Ser Missionário então consiste em ser um grande organizador, pregador de sucesso, protagonista de empreendimentos estrepitosos…
Ser missionário é viver em intimidade com Jesus e partilhar sua paixão pela vida do mundo ao ponto de deixar-se transplantar o seu coração. É arcar com o mal e a dor dos pobres para construir com eles a paz e a justiça. É semear a esperança de que, apesar de tudo, a vida vai vencer a morte pois Cristo ressuscitou e vai fazer novas todas as coisas.


Dom Franco Masserdotti,
Bispo de Balsas - Brasil

domingo, 14 de setembro de 2008

Jovens, venerai a Cruz!



PARIS, sábado, 13 de Setembro de 2008 (ZENIT.org).- Bento XVI fez um apelo aos jovens franceses para que venerem o sinal da cruz, ainda que isso traga consigo «escárnio e até mesmo perseguição», durante seu discurso dirigido a milhares de rapazes e raparigas reunidos na região da catedral de Notre Dame.Diante deles, e antes de iniciar a Vigília de oração, o Papa quis confiar aos jovens «dois tesouros, o Espírito Santo e a Cruz», em um discurso repleto de referências à Jornada Mundial da Juventude de Sydney, ocorrida em Julho passado.

«Muitos de vós levais pendurada no pescoço uma corrente com uma cruz. Também eu carrego uma, como por outro lado, todos os Bispos. Não é um adorno nem uma jóia. É o precioso símbolo de nossa fé, o sinal visível e material do vínculo com Cristo», explicou o Papa.

Para os cristãos, a cruz é «símbolo da sabedoria de Deus e seu amor infinito revelado no dom redentor de Cristo morto e ressuscitado para a vida do mundo», explicou o Papa, mas também «o testemunho mudo dos sofrimentos dos homens e, ao mesmo tempo, a expressão única e preciosa de todas as suas esperanças».

São Paulo, continuou Bento XVI, «chegou à conclusão de que a Cruz manifesta a lei fundamental do amor, a fórmula perfeita da vida verdadeira».

«Que esta descoberta impressionante vos anime a respeitar e venerar a Cruz», afirmou o Papa, entregando-a aos jovens como um tesouro.

«Queridos jovens, sei que venerar a Cruz às vezes também traz consigo o escárnio e até mesmo a perseguição. A Cruz coloca em perigo, em certa medida, a segurança humana, mas manifesta, também e sobretudo, a graça de Deus e confirma a salvação».O Papa desejou que «a alguns o aprofundamento no mistério da Cruz lhes permita descobrir o apelo a servir a Cristo de maneira mais total na vida sacerdotal ou religiosa».

sábado, 13 de setembro de 2008

Eu sou baptizado?



Desejaria que todos e cada um de nós pudéssemos visitar,
pelo menos em espírito a própria pia baptismal,
mergulhar nela a nossa cabeça
e redescobrir a missionariedade do próprio baptismo.
Eu sou baptizado?
Então devo ser missionário.
Se eu não sou missionário então não sou cristão.

(D. Pedro casaldáliga, bispo de S. Félix no Brasil)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Visita da Irmã Cidália




Recebemos hoje a visita calorosa e amiga da Irmã Cidália Moreira, Carmelita Missionária na Tanzânia. Esta vianense de Perre, mulher madura de 55 anos, vive há 13 anos em África. Um dia chegou-lhe o apelo de Jesus pela voz ardente do Bem-aventurado Francisco Palau e ela consagrou-se ao Senhor na Vida Religiosa como Carmelita Missionária. E assim foi que partiu abandonando estas terras amenas que as águas do Lima banham.

Durante vários anos foi missionária em Portugal, depois partiu para essas terras longínquas e ardentes de África. Viveu primeiro no Malawi durante nove anos; agora, desde há quatro, vive na Tanzânia, dedicando a sua energia à formação das jovens mulheres que batem às portas das Irmãs para também elas se consagrarem a Jesus e por Jesus servir a Igreja africana. São 14 as jovens noviças ao encargo do coração missionário da Irmã Cidália; encargo que ela assume na fé e no amor a Jesus e às gentes de África por quem também Cristo morreu.

Gostamos de te ver, Cidália! Esperamos ver-te a rezar connosco, quer dizer, sob o mesmo tecto, no dia da Padroeira das Missões. Agora descansa, que até os guerreiros do Amor merecem beber da bênção do descanso.

Conclusões do Congresso Missionário Nacional




Convocados pelo Espírito, por meio dos pastores da Igreja em Portugal, reuniram-se em Fátima, de 3 a 7 de Setembro, oito centenas de participantes portugueses e representantes de diversos países. O dia 6 foi enriquecido com a presença e a juventude do voluntariado missionário.


Dez anos após o Ano Missionário de 1998, o Congresso celebrou, reflectiu e apontou caminhos de futuro para a Missão, a partir do tema: No encontro com Cristo vivo, chamados e enviados para a Missão em Portugal e no mundo e o lema: Portugal, rasga horizontes, vive a Missão.

Linhas de força

Deus, Trindade de Amor, envia a humanidade toda a fazer do outro um irmão. A Missão é de Deus e, por isso, o baptizado, consciente deste envio ao tomar parte na vida de Cristo, é impelido a ser contemplativo e servo da sua Palavra.


A Missão é tarefa indelegável de cada cristão. Esta concretiza-se no espaço e no tempo da história humana, conhecendo e amando aqueles a quem se é enviado. A vivência comunitária da fé em família, paróquia, diocese ou comunidades de vida consagrada é o testemunho mais credível do anúncio de Deus-Amor.


A Santidade (sair de si por amor) e a Missão (ser enviado por Deus ao diferente) são o húmus vital de todo o cristão e de todas as actividades pastorais.

Com o Concílio Vaticano II (1965), assistimos a uma nova compreensão da Missão. Cada um de nós é, simultaneamente, enviado e destinatário da evangelização. O Espírito é o protagonista da Missão e a Igreja Local o seu sujeito de encarnação e vivência. Nela e a partir dela, surgem e actuam todas as vocações missionárias laicais, consagradas e sacerdotais. O despertar do laicado para a Missão é hoje um dos sinais dos tempos.

Em pleno Ano Paulino, o Apóstolo dos gentios, com o seu itinerário de conversão e missão, é para nós modelo a conhecer melhor e a seguir no zelo e na urgência de evangelizar.

Para além de momento privilegiado de reflexão e partilha, o Congresso foi também uma experiência de comunhão na dor com os nossos irmãos perseguidos na Índia e em outras situações de falta de liberdade religiosa.

Propostas
Sentimos o coração a arder e desejamos que toda esta riqueza possa contribuir para a Igreja em Portugal viver mais em Missão. Por isso, como Congressistas, propomos que:

1.A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) promova uma melhor coordenação e integração das diversas áreas pastorais para todas serem fecundadas pelo dinamismo missionário e anseio de santidade.

2.A CEP, partindo do Congresso Missionário e do Ano Paulino, avive a vocação missionária de todos os cristãos e prepare um documento-base para a Missão em Portugal.

3.Cada Igreja Local incentive a criação de estruturas e dinâmicas que demonstrem a consciência e urgência do anúncio do Evangelho: Secretariado Diocesano Missionário, grupos missionários paroquiais, semanas de animação missionária, geminações, voluntariado, sacerdotes "fidei Donum", institutos de vida consagrada...

4.Cada diocese promova, oportunamente, um Congresso Missionário Diocesano.

5.Promova-se formação missionária às crianças, jovens, adultos, seminaristas, consagrados e sacerdotes, de acordo com o novo paradigma de Missão.

6.Fomente-se, com espírito de solidariedade e subsidiariedade, a comunhão e a partilha de fé, de pessoas - numa dinâmica de partir e receber - e de bens entre as diversas Igrejas.

7.Ajude-se cada cristão a crescer até à estatura de Cristo: Sacerdote que celebra a liturgia e oferece a sua vida pela salvação de todos; Profeta que proclama a Palavra de Deus e denuncia as injustiças e contravalores da sua sociedade e cultura; e Rei que serve com caridade os mais desprotegidos e excluídos.

Num mundo global e em mudança, à procura de sucesso mas infeliz, queremos viver em Missão e anunciar Cristo Vivo ao mundo, sendo profetas da esperança e rasgando novos horizontes.

Fátima, 7 de Setembro de 2008

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Somos uma Igreja bastante sossegada


A Igreja portuguesa aparece «bastante sossegada», diz D. António Couto em entrevista a Além-Mar. É urgente «definir estratégias missionárias para levar o Evangelho às pessoas».

Como caracteriza a Igreja portuguesa sob o ponto de vista missionário, isto é, a nível interno como está a Igreja na sua actividade evangelizadora e missionária, e a nível externo, como se envolve na missão ad gentes?
D. António Couto - A nível interno e no que à actividade missionária diz respeito, a Igreja portuguesa tem estado e permanece bastante sossegada, no mau sentido, limitando os seus esforços a uma pastoral de manutenção, alimentando apenas, e cada vez com maiores dificuldades, os ministérios tradicionais. Ora, outras Igrejas do continente europeu têm advertido que «uma pastoral que vise apenas a manutenção da fé e o cuidado pastoral da comunidade cristã não é suficiente», acrescentando logo que «é necessária uma pastoral missionária que anuncie novamente o Evangelho». Entenda-se bem que anunciar novamente o Evangelho não passa por servir um Evangelho requentado, mas de um verdadeiro primeiro anúncio (o anúncio verdadeiro é sempre primeiro!), com o coração a arder e os lábios a ferver. Na realidade, diz-se bem nessas Igrejas que a missão ad gentes é o verdadeiro paradigma da evangelização também nessa latitude. Afirmando-se ainda, outra vez bem, que a evangelização é o fundamento de tudo, deve ter o primado sobre tudo, nada a pode substituir, e nenhuma outra tarefa se pode antepor-lhe.
É imperioso e absolutamente urgente que a Igreja portuguesa se empenhe numa vastíssima campanha de verdadeira formação de evangelizadores, para que se possa, logo que possível mas de forma sistemática, levar o Evangelho a todas as camadas da população portuguesa. Não podemos mais ficar tranquilamente dentro das igrejas, sacristias e salões paroquiais, de braços cruzados, à espera que as pessoas venham ter connosco. Somos nós que devemos ir ao encontro das pessoas.
A nível externo, ainda são os Institutos Missionários masculinos e femininos e os fiéis leigos a eles associados e por eles envolvidos que continuam a escrever quase a solo o belo «livro da missão». É, portanto, também uma prioridade, para se cumprir o desiderato de João Paulo II, que na Igreja portuguesa nasça «uma nova missionariedade, que não poderá ser delegada a um grupo de «especialistas», mas deverá co-responsabilizar todos os membros do povo de Deus». E também neste aspecto é saudável evocar o que outras Igrejas europeias vão programando: «Quanto mais a paróquia for capaz de redefinir a sua tarefa missionária no seu território, tanto mais saberá projectar-se no horizonte do mundo, sem delegar apenas em alguns a responsabilidade da evangelização dos povos. Não poucas experiências têm sido felizmente levadas a cabo nestes anos: intercâmbio de pessoal apostólico, viagens de cooperação entre as Igrejas, ajuda em projectos de solidariedade e desenvolvimento, geminações de esperança nas difíceis fronteiras da paz, projectos educativos de novos estilos de vida».

Qual é a importância do Congresso Missionário para a Igreja em Portugal?
D. António Couto - Levar todas as dioceses e paróquias a compreender que o dinamismo missionário é vital, e não apenas residual, para a sua própria vivência cristã. E levar as dioceses e paróquias a tomar consciência de que a dimensão missionária não pode mais ser vista como eventual etapa final do percurso de uma dinâmica pastoral programada e conseguida, mas que deve ser encarada como o próprio paradigma e condição da vida pastoral paroquial. E também aqui podemos felizmente evocar o testemunho de outras Igrejas.

Que dinamismos surgirão do Congresso para a Igreja local?
D. António Couto - Sem dúvida fazer nascer nas Igrejas locais portuguesas uma nova dinâmica evangelizadora, com o nascimento de novos ministérios e de pessoas verdadeiramente empenhadas em testemunhar Cristo nesta nossa sociedade que caminha a passos largos para a descristianização. E muito gostaria que, sob a orientação dos nossos bispos, cujo «compromisso consiste – como acaba de lembrar Bento XVI – em tornar missionária toda a comunidade diocesana».
Saibamos, a partir deste Ano do Congresso Missionário Nacional de 2008, fazer surgir na Igreja portuguesa centros missionários diocesanos e paroquiais que, em consonância com os centros de animação missionária dos Institutos Missionários, possam fazer que a missionariedade ganhe corpo em todos os âmbitos da pastoral e da vida cristã. E também aqui já não somos os primeiros.

(Revista Alem-mar, Setembro 2008)

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Relato da Irmã Maria do Sagrado Coração



Relato da Irmã Maria do Sagrado Coração
(Num dos dias de Maio)

A enfermeira tinha-a [à Irmã Teresa do Menino Jesus] aconselhado a dar todos os dias um pequeno passeio de um quarto de hora pelo jardim. Encontrei-a caminhando com dificuldade, e por assim dizer, no limite das suas forças.

-- Faria muito melhor, disse-lhe eu, se descansasse; este passeio não pode fazer-lhe nenhum bem em semelhantes condições; esgota-se e mais nada.

-- É verdade, respondeu ela, mas sabe o que me dá forças? É que eu caminho por um missionário. Penso que longe, muito longe, um deles sente-se talvez esgotado nas suas caminhadas apostólicas, e, para diminuir as fadigas dele, ofereço a Deus as minhas.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A missão, como diálogo



A missão da Igreja – e do cristão, enquanto membro da Igreja e discípulo de Jesus – é o cumprimento do mandato de Jesus que veio, falou e está entre nós, realizando a missão que o Pai Lhe deu. Esta é apresentada por Jesus em Lc 4, 18-19 e sintetiza-se no anunciar a Boa Nova como paz, alegria, saúde e libertação.
Jesus, como Filho de Deus e Seu Enviado, tinha (e tem) o «monopólio» da missão que procurou anunciar e quer continuar a fazê-lo connosco e por nós, fazendo vir fora da pessoa as centelhas dos valores de paz, verdade e bem que lhe estão no coração, desde a criação à imagem e semelhança de Deus.
A partir do mandato confiado aos Seus amigos estes são convidados a anunciá-lo, criando comunhão, na vida e no testemunho, partilhando a sua experiência de escuta e de seguimento com as experiências, também ricas e pessoais de cada pessoa humana, que, com rectidão, procure e ame a verdade e ame e queira o bem.
A missão do membro da Igreja e do discípulo de Jesus consistirá, sempre, numa proposta de vida, vivida em reciprocidade de consciências que, na escuta e na procura recta e séria da verdade, se abre e motiva ao diálogo, respeitador e amigo, com cada irmão que é, já em si mesmo, uma centelha de verdade e uma presença de Jesus Cristo (cf. GS 16).
Nesta missão, contam mais as pessoas e os factos que as palavras, pois a fé do conhecimento precisa do teste e da prova do amor e da relação que consiste em viver e cumprir o fundamental da missão que se torna mesmo o distintivo da pertença (cf. Jo 13, 34-35).
Anunciar o Evangelho e ser missionário no cumprimento da missão de Jesus Cristo não é colocar-se do lado da verdade frente ao lado das pessoas; será sim e sempre sintonizar-se na comunhão com as pessoas, colocando-se na escuta e no seguimento da Pessoa que é Caminho, Verdade e Vida. Este espírito conduz ao diálogo, na comunhão para a escuta e nunca é cedência nem fraqueza; é, sim, respeito pela Pessoa, pela Verdade e pela Missão que vem do Pai. Ele comunica o conteúdo desta missão (paz, alegria, saúde e libertação) a todos os Seus filhos, ao modo da cultura e das circunstâncias em que cada um está e vive, e somente o Evangelho é capaz de colocar em condições de acolhimento da missão as realidades que O não conhecem.
Este momento é inculturação, quando, sem destruição da cultura e das realidades pessoais em que cada um vive, uma e outras são enriquecidas pelo conteúdo da missão e se abrem aos valores que são «mais-valia» na realização concreta, enquanto acrescentam paz, alegria, saúde e libertação aos valores naturais que conhecem e promovem. Esta interculturalidade beneficia, sem dúvida, os cristãos missionários e os destinatários da missão, pois uns e outros partilham, dialogam e aprendem, reciprocamente, os muitos valores que existem nuns e noutros, numas e noutras culturas, recebendo, de uma forma inculturada e à maneira de pessoa livre e amada por Deus, as graças da missão.
Por isso, somente pode ser missionário ou agente da missão do Evangelho quem sabe amar, quem sabe escutar e quem sabe partilhar, em comunhão, o tesouro que cada um é e tem, recebido no dom da vida e que é chamado a viver e a fazer crescer em procura constante da Pessoa que é fonte de Verdade, de Caminho e de Vida para toda a humanidade.

D. ILÍDIO PINTO LEANDRO, Bispo de Viseu

terça-feira, 2 de setembro de 2008

ALMA MISSIONÁRIA


Senhor, toma minha vida nova antes que a espera,
desgaste anos em mim, estou, disposto ao que queiras,
não importa o que seja, Tu chamas-me a servir

Leva-me aonde os homens necessitem Tua palavra,
necessitem de força de viver, onde falte a esperança
onde tudo seja triste simplesmente por não saber ti


Te dou meu coração sincero, para gritar sem medo,

Tua beleza Senhor, terei, meus braços sem cansaço,
Tua história em meus lábios e a força na oração


Leva-me aonde os homens necessitem Tua palavra,
necessitem de força de viver onde falte a esperança
onde tudo seja triste simplesmente por não saber ti


E assim, eu partirei cantando, por terras anunciando
formoso é Teu amor, Senhor, tenho alma missionária
conduz-me à terra que tenha sede de Ti

Leva-me aonde os homens, necessitem Tua palavra,
necessitem de força de viver onde falte a esperança
onde tudo seja triste simplesmente por não saber ti


A Missão continua







A minha missão…
Moçambique, terra repleta de sonhos, de magia, de esperança, de humildade, de serenidade. Povo que transpira o sabor desta vida cheia de paz, desta vida humilde, desta vida pobre... transpira cultura, transpira magia, sabedoria, transpira uma riqueza que jamais acabará! Esta terra, repleta de paixões, de amor, no qual me rendi totalmente!

Chamo-me Márcia, tenho 20 anos. Sempre tive um sonho, um sonho maravilhoso, que apenas aos 19 anos pude ver realizado!

Sonho e logo se fará vida!
E foi assim com a ajuda de Deus, nosso Pai e mediada pela Ordem dos Carmelitas Descalços, que consegui concretizar um desejo desde há muito sonhado, um sonho de poder dar um pouco de mim, um sonho de entrega, um sonho com cheiro e cultura diferente, um sonho de amor.

Um sonho e uma missão de Amor…
A minha estadia por estas terras africanas foram, são e serão inexplicáveis. Ao longo de 8 meses trabalhei num orfanato que se situava em Matutuine, Bela-vista, Moçambique, este como nome orfanato Missão S. Roque, tem cerca de 37 crianças internas que vivem no orfanato, sendo o seu próprio lar, a sua própria casa. Eles estudam, brincam, trabalham, lutam para um dia serem alguém. O orfanato tem 117 de existência, sendo a missão mais velha da arquidiocese de Maputo já passaram por lá muitas pessoas, muitas histórias, muitos acontecimentos. Mas esta a minha vez de contar e testemunhar.

6 meses depois…
Ainda não me é fácil falar, lembrar nem contar a minha maravilhosa missão, foram 8 meses intensivos, só eu e aquele povo, só eu e aquelas crianças, Só eu e Deus! Confesso que foi uma experiência de vida, uma experiencia gratificante, algo que nunca irei esquecer, algo que permanecerá no meu coração para sempre, porque aprendi a amar, aprendi a respeitar, aprendi a viver, aprendi a valorizar as pequenas grandes coisas vida. Sim, aprendi. Aprendi com as crianças mais fantásticas do mundo, que sonhar é a melhor coisa da vida. Com esta minha família, que me aceitou de braços abertos, aprendi a ser mãe.

Vivi sem ter estas questões materialistas que logo nos são impostas quando nascemos, vivi a base do amor, vivi para amar!

Desejo, quero e sonho voltar novamente, algo de mim ficou lá, naquelas terras e principalmente com as minhas criancinhas, com aquela minha família, com os meus filhos! Sem dúvida foi a melhor experiência até ao dia de hoje!

O meu grande KANIMANBU! (obrigado)
Márcia Silva