quarta-feira, 31 de março de 2010
Oração
tudo quanto há em mim:
as alegrias da minha alma,
as agonias sem fim.
Tudo Te ofereço, Senhor:
meus trabalhos, meus pesares,
as notas dos meus canteres
que continuo a elevar para Ti.
Tudo quanto há em mim,
tudo Te ofereço Senhor,
para eu seja o que Tu quiseres, meu Deus.
Toda inteira e sem reserva,
faz-me subir para que esteja sempre contigo,
ainda que me custe «morrer».
[Chiquitunga]
terça-feira, 30 de março de 2010
IV Encontro dos Amigos das Missões Carmelitas
http://www.missoes.carmelitas.pt/
PROGRAMA
10 de Abril de 2010
09h30 – Acolhimento
10h00 – Oração e apresentação
10h30 – Tema de reflexão: Novos horizontes da missão, P. Fernando, Diocese de Aveiro
11h15 – Intervalo
12h00 – Eucaristia
13h00 – Almoço
16h00 – Tema de reflexão: “Será que Deus precisa de mim como sou?” - Américo Lisboa Azevedo
17h00 – Lanche
17h30 – Diálogo aberto
19h15 – Oração da tarde
20h00 – Jantar
21h30 – Sonhos e realidades da missão
11 de Abril de 2010
08h30 – Oração da manhã
09h00 – Pequeno-almoço
09h30 – Painel missionário
- Missão S. Roque.
- Novos Projectos
- Apresentação de contas
12h00 – Eucaristia
13h00 – Almoço
14h00 – Diálogo informal entre os padrinhos e os leigos missionários da Missão de S. Roque.
15h00 - Encerramento
Informações:
• Inscrição: 10,00
• uma diária: 35,00
• uma refeição: 10,00
organização: Missões carmelitas e Leigos Missionários Carmelitas
email: missões@carmelitas.pt
domingo, 28 de março de 2010
Os Samaritanos
Eis chegam de Sicar os habitantes,
ouvindo que está perto a Vida Eterna, a buscar o Rabi, junto à cisterna,
que é perto de Sicar em Samaria.
Voam pombas no azul, ao fim do dia.
O Rabi fala a todos, mansamente.
- «Como é que o Rabi trata com tal gente?»,
rosnam baixo os que o seguem, aturdidos.
- «Não são estes uns homens pervertidos,
uns entes asquerosos, repelentes,
desprezados dos Povos e das Gentes,
alcunhados de imundos pela Lei?»
- «Não são homens sem cultos e sem rei»
- murmuram baixo, torvos, furibundos,
na treva, os Anciãos - «estes imundos
e sórdidos ateus Samaritanos?
Como é que pois fala a tais profanos?
Como é que os ouve e toca, sem receio?»
- Mas o Rabi, tranquilo, vai no meio,
calado, a pé, o manto sobre os ombros,
sem fazer caso algum dos seus assombros,
tratando bem o vil e o miserável,
igual ao Sábio calmo e inquebrantável.,
e ao Sol justo, ao Sol grande e protetor:
- para os quais são iguais o sapo e a flor.
[Gomes Leal]
sábado, 27 de março de 2010
Domingo de Ramos
Com o Domingo de Ramos, celebramos não só a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém, mas também proclamamos, já, a morte de Cristo.
quinta-feira, 25 de março de 2010
Oh, happy day!
Que São Gabriel se dizia,
Enviou-o a uma donzela
Que se chamava Maria,
De cujo consentimento
O mistério dependia;
Na qual a Santa Trindade
De carne ao Verbo vestia;
E, embora dos Três a obra,
Somente num se fazia;
Ficou o Verbo encarnado
Nas entranhas de Maria.
E o que então só tinha Padre,
Já Madre também teria,
Embora não como outra
Que de varão concebia,
Porque das entranhas dela
Sua carne recebia;
Pelo qual Filho de Deus
E do Homem se dizia.
[São João da Cruz, IN PRINCIPIO ERAT VERBUM]
terça-feira, 23 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
O encontro
— Vai ao entardecer ao alto da montanha e eu, Deus, aí estarei.
Logo de manhã muito cedo, pôs-se a caminho pois o trajecto era longo.
— Vem ajudar-nos a apagar o incêndio. Ele está a aumentar cada vez mais e pode queimar-nos as casas. O jovem respondeu:
— Não posso. Tenho um encontro marcado com Deus e quero ser pontual.
E continuou o seu caminho, insensível aos problemas das pessoas que ia encontrando no seu caminho.
Depois da árdua subida, chegou ao cimo da montanha. Ansioso, esperou, olhando para todas as direcções. Estava na hora do entardecer e Deus não aparecia em parte alguma.
Finalmente, descobriu, visível sobre uma rocha, um papel onde estava escrito: «Desculpa-me. Estou ocupado a ajudar os que apagam o incêndio».
domingo, 21 de março de 2010
Às vezes as coisas dentro de nós
é uma vaga de luz, um pavio, uma sombra incerta.
Qualquer coisa que nos muda a escala do olhar
e nos torna piedosos, como quem já tem fé.
Nós que tivemos a vagarosa alegria repartida
pelo movimento, pela forma, pelo nome,
voltamos ao zero irradiante, ao ver
o que foi grande, o que foi pequeno, aliás
o que não tem tamanho, mas está agora
engrandecido dentro do novo olhar.
[Fiama Hasse Pais Brandão - In As Fábulas]
sábado, 20 de março de 2010
V Domingo da Quaresma
Quaresma: tempo de caminho,
no qual necessitamos eternamenta Sua presença em nós!
segunda-feira, 15 de março de 2010
Quaresma
mas a sua motivação é actual e grandiosa:
favorecer o encontro do Homem
com as raízes profundas do seu ser,
tornar-nos melhores
e lembrados do que é importante.
Os dias trazem nas suas redes
preciosos peixes vermelhos e azuis,
mas também lixo, coisas supérfluas
que só atravancam,
por isso os pescadores perdem tempo a escolher
com cuidado.
Quaresma é voltar a ganhar o espaço das escolhas
neste tempo consumista de falsas imposições.
Quaresma é dizer sim,
com maior entusiasmo ainda,
à liberdade de afirmar o essencial:
fé, justiça, reconciliação, solidariedade e alegria.
É que podemos somar muitos anos
sem nunca ter realmente vivido
e achar que fazemos grandes coisas
sem nos perguntarmos: «para que servem?»
[José Tolentino Mendonça]
sábado, 13 de março de 2010
terça-feira, 9 de março de 2010
segunda-feira, 8 de março de 2010
“Adquirir a sua alma na paciência".
[Søren Kierkegaard]
domingo, 7 de março de 2010
O mar e tu...
Sentir em nós
Sentir em nós
Uma razão
Para não ficarmos sós
E nesse abraço forte
Sentir o mar,
Na nossa voz,
Chorar como quem sonha
Sempre navegar
Nas velas rubras deste amor
Ao longe a barca louca perde o norte.
[Dulce Pontes e Andrea Bocelli]
Descalça-te...
Toca o chão de Deus,
Deixa que o teu coração palpite
e se desassossegue.
Descalça as sandálias…
Toca o chão dos homens,
deixa que teus pés se firam,
que as suas misérias não colham em ti
o fruto da indiferença,
que os seus anseios não tenham em ti
simplesmente o retorno de um eco vazio e estéril.
Descalça as sandálias…
bebe em cada passo
o amargo cálice da paixão do mundo
contempla cada rosto
vês neles o futuro?
Descalça as sandálias…
Serás profeta,
guia e pastor
do pequeno rebanho.
Descalça as sandálias…
Para rasgares horizontes de eternidade
a cada passo dado,
a cada abraço partilhado,
a cada fardo aliviado.
Descalça as sandálias…
pisas o chão de Deus.
Prostra-te,
Adora-O,
Ele está aqui
Neste fogo eterno
Que aquece sem consumir…
Escutas a sua voz?...
sábado, 6 de março de 2010
sexta-feira, 5 de março de 2010
Pede-se a uma criança: Desenhe uma flor!
Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase que não resistiu.
Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era de mais.
Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: uma flor!
As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor!
Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!
[Almada Negreiros (1893-1970)]
segunda-feira, 1 de março de 2010
És tu, Jesus!
Tu és, Jesus!
Como entregar a minha vida por Ti,
como tu fizeste por mim?
Como agradecer o sacrifício na cruz?
Como expressar a minha gratidão?
Tu és o amante da minha vida.
Tu és a beleza que me conquistou.
Tu és a minha força na minha fraqueza.
E Teu é o sangue que escorreu por mim.
Como poderei esquecer-me de Ti?
Tu és Jesus.
Tão grato estou
por teres me dado a salvação.
[Héber Marques - Tu és Jesus - Cd Motivações]
Aprendiz de viajante
Hoje sei que o viajante ideal é aquele que, no decorrer da vida, se despojou das coisas materiais e das tarefas quotidianas. Aprendeu a viver sem possuir nada, sem um modo de vida. Caminha, assim, com a leveza de quem abandonou tudo. Deixa o coração apaixonar-se pelas paisagens enquanto a alma, no puro sopro da madrugada, se recompõe das aflições da cidade.
A pouco e pouco, aprendi que nenhum viajante vê o que outros viajantes, ao passarem pelos mesmos lugares, vêem. O olhar de cada um, sobre as coisas do mundo, é único, não se confunde com nenhum outro.
Viajar, se não cura a melancolia, pelo menos, purifica. Afasta o espírito do que é supérfluo e inútil; e o corpo reencontra a harmonia perdida - entre o homem e a terra.
O viajante aprendeu, assim, a cantar a terra, a noite e a luz, os astros, as águas e a treva, os peixes, os pássaros e as plantas. Aprendeu a nomear o mundo.
Separou com uma linha de água o que nele havia de sedentário daquilo que era nómada; sabe que o homem não foi feito para ficar quieto. A sedentarização empobrece-o, seca-lhe o sangue, mata-lhe a alma - estagna o pensamento.
Por tudo isto, o viajante escolheu o lado nómada da linha de água. Vive ali, e canta - sabendo que a vida não terá sido um abismo, se conseguir que o seu canto, ou estilhaços dele, o una de novo ao Universo.
[Al Berto (1948-1997)]
Adoração Eucarística | Março
Convento do Carmo Viana do Castelo
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