segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Vocação

A vocação não é um projecto pessoal, porque há um Outro que toma a iniciativa de nos amar. Esse Outro é o Senhor. Ele chama-nos a ser santos. A nossa vocação última e primeira é a vocação à santidade. O topo da carreira é ser santos (Ef. 1,4).
A vocação é uma realidade dinâmica. Deus chama no contexto de uma história concreta. Deus chama a pessoa em cada instante. Não foi só num momento concreto. Continua a chamar-nos hoje.
A vocação é dom para a Missão e para a Igreja, para continuar a Missão de Jesus. A Igreja precisa de ti. Eu respondo em Igreja.

in Outubro Missionário 2010 – Itinerário de vida e de missão para as comunidades cristãs

sábado, 23 de outubro de 2010

“Uma aparente debilidade que é força”

Desafios à Missão que Bento XVI deixou a Portugal
 A responsabilidade missionária dos portugueses ao longo dos séculos começou por ser valorizada logo a bordo do avião papal, quando - ao falar com os jornalistas no voo Roma-Lisboa – o Santo Padre se referiu a Portugal como “uma grande força da fé católica, que levou esta fé a todas as partes do mundo; uma fé corajosa, inteligente e criativa que soube criar uma grande cultura”. O mesmo fez, horas depois, na homilia do Terreiro do Paço, ao recordar a grandeza dos que, em tempos passados, sem destruir os vínculos da fé e da sua identidade, souberam transplantar experiências e particularidades, abrindo-se ao contributo dos outros, para serem eles próprios, “em aparente debilidade que é força”. Neste contexto, o Papa pediu que Portugal leve à Europa, “o contributo da vossa identidade cultural e religiosa”. Este paradoxo viria a ser desenvolvido ao longo dos quatro dias da visita pastoral.
Mas, como é que um país tão pequeno e cheio de problemas se pode tornar referência para a Europa e para o mundo? Só a para da certeza de que Cristo está presente, explicou o Papa em Lisboa: “Cristo não está a dois mil anos de distância, mas está realmente presente entre nós e dá-nos a Verdade, dá-nos a luz que nos faz viver e encontrar a estrada para o futuro”. Ora, é desta certeza que brota a missão. Por isso, o alerta do Papa: “Colocou-se uma confiança talvez excessiva nas estruturas e nos programas eclesiais, na distribuição de poderes e funções; mas que acontece se o sal se tornar insípido? Para isso, é preciso voltar a anunciar com vigor e alegria o acontecimento da morte e ressurreição de Cristo, coração do cristianismo, fulcro e sustentáculo da nossa fé, alavanca poderosa das nossas certezas, vento impetuoso que varre qualquer medo e indecisão, qualquer dúvida e cálculo humano.”
O testemunho da fé é pois fundamental, “mas é preciso que esta fé se torne vida em cada um de nós”, pediu o Papa em Lisboa.
O mesmo insistiu em Fátima, na Capelinha: “No nosso tempo em que a fé, em vastas zonas da terra, corre o risco de apagar-se como uma chama que já não recebe alimento, a prioridade que está acima de todas é tornar Deus presente neste mundo e abrir aos homens o acesso a Deus”. Assim, “não tenhais medo de falar de Deus e de ostentar sem vergonha os sinais da fé, fazendo resplandecer aos olhos dos vossos contemporâneos a luz de Cristo”.
No dia seguinte, Bento XVI deixou vários alertas contra os efeitos da cultura dominante e do secularismo que tantas vezes nos desviam (a nós e à própria Igreja) do essencial da fé. E foi sobretudo na cidade do Porto, que o Papa volta a pedir testemunhas: “Na realidade, se não fordes vós as testemunhas no próprio ambiente, quem o será em vosso lugar?” A urgência de comunicar esta certeza é pois um mandato, mas sempre a parar do próprio Cristo. “Quanto tempo perdido, quanto trabalho adiado por inadvertência deste ponto! Tudo se define a partir de Cristo, quanto à origem e eficácia da missão”, lembrou o Papa.
É assim que devemos ir ao encontro dos outros. Apesar do actual contexto ser totalmente diferente do que era o dos nossos antepassados: “o campo da missão ad gentes apresenta-se hoje notavelmente alargado e não definível apenas segundo considerações geográficas; realmente aguardam por nós não apenas os povos não cristãos e as terras distantes, mas também os âmbitos sócio-culturais e, sobretudo, os corações que são os verdadeiros destinatários da actividade missionária do povo de Deus”.
O mandato está-nos confiado. Saibamos agora corresponder à confiança depositada... sem medo desta “aparente debilidade” que, afinal, “é força”!

Aura Miguel
(Jornalista da Rádio Renascença)


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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O dom

Dais muito pouco quando dais daquilo que vos pertence.
Quando vos dais a vós mesmos, é que dais realmente.
Que é aquilo que vos pertence,
Senão coisas que conservais ciosamente,
Com medo de vir a precisar delas amanhã?
Quando o vosso poço está cheio,
Não é o medo à sede que torna a vossa sede insaciável?
Alguns dão pouco do muito que têm
E fazem isso em troca do reconhecimento
E o seu desejo oculto corrompe os seus dons.
Outros têm pouco e dão tudo.
Estes são os que acreditam na vida, na bondade da vida,
E o seu cofre nunca está vazio.
Há quem dê com alegria, e esta alegria é a sua recompensa.
Há quem cheio de dores e essas dores são o seu baptismo.
É bom dar quando nos pedem;
E é bom dar sem que nos peçam, como bons entendedores.
E, para o homem generoso,
Procurar aquele que vai receber é maior alegria do que dar.
Portanto, dai agora,
Para que o tempo de dar seja vosso e não dos vossos herdeiros.
Muitas vezes dizeis:
- Gostava de dar mas só aos que merecem.
As árvores dos vossos pomares não falam assim,
Nem os rebanhos das vossas devesas.
Dão para poderem viver, porque guardar é perecer.
Procurai antes merecerdes ser doadores e instrumentos de doação.
Porque, em verdade, é a vida que dá à vida,
E quando julgais ser doadores, sois apenas testemunhas.

Khalil Gibran

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Vocação missionária não pode ser um adereço facultativo

No lançamento do Dia Mundial das Missões, D. António Couto fala de uma renovação ainda por realizar, dentro da Igreja:
“Toda a Igreja é missionária e ser cristão implica necessariamente ser missionário” sustenta D. António Couto, para quem é tempo de tornar esta vocação “uma necessidade e não um adereço facultativo”.

Ver mais in Agência Ecclesia

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”Vai meu irmão, minha irmã! Lá, na tua nova Missão, na tua nova terra, na tua nova pátria, anunciarás Jesus Cristo e o Seu Evangelho, servirás os pobres, os excluídos do banquete da vida, lavando-lhes os pés. Falarás com quem nunca andou ou não anda connosco. Tu te apaixonarás com muito carinho por um povo com cultura e tradições diferentes. Chegando lá, estranharás, sem dúvida, os costumes e usos locais, mas não imporás as tuas ideias! Não apresentarás o país que te viu nascer como paraíso! Não dirás nunca que no lugar onde te criaste, as coisas são bem melhores! Não darás nunca a impressão de que vieste para ensinar, para civilizar, para instruir, para colonizar! Jamais violentarás a alma do povo que, doravante, será o teu povo! Oferecerás simplesmente o testemunho da tua fé, da tua esperança e do teu amor, e darás a tua vida até ao fim, até às últimas consequências!
Assim, tu terás o privilégio e a felicidade de viver a graça de todas as graças! Encontrarás o Senhor que disse: depois que Eu ressuscitar irei à vossa frente para a Galileia (Mc. 14, 28). Missão é sempre ir à Galileia de todos os continentes…”

Dom Erwin Krautler, Bispo do Xingu – Brasil

domingo, 17 de outubro de 2010

A palavra torna-se acção


Nós caminhamos, Senhor, 
guiados como peregrinos,
Com a confiança que a tua
presença nos dá e a Tua força
superior aos perigos da estrada.
Quando caminhamos, Senhor,
sabemos que cumpres a Tua
promessa, que uma réstea de
Esperança foi semeada no interior
de pessoas sem destino.
Nós caminhamos, Senhor,
com as nossas mãos vazias,
esperando que se encham com a
Tua presença,
Vamos cheios de pobreza para
ser enriquecidos por Ti.

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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Solenidade da Santa Teresa de Jesus

Aquele a Quem desejei
encontrei-O, já, por fim;
e todo o ser Lhe entreguei:
Vivo sem viver em mim.

Presa do amor de Jesus,
Prendi-me de todo à cruz;
e de tal maneira espero
que ser libertada não quero.

Livre está meu coração,
para a Vida Eterna corro
com tão intensa paixão
que morro porque não morro.

Foto do vitral do coro da Igreja do Convento do Deserto de Las Palmas - Castellón (Espanha)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Reza com a tua vida


Reza com a tua vida:
Com os teus sonhos e projectos,
Com teus desaires e realizações,
Com as tuas alegrias e tuas penas
Com tuas angústias e desilusões.

Reza com a tua vida:
Com o teu trabalho, glorioso ou humilde,
Com teu suor, com teu cansaço,
Com teus silêncios e tuas palavras,
Com teus êxitos e teus fracassos...

Reza com a tua vida:
Com os teus amigos, no trabalho, em família
Na tua comunidade ou na tua escola
Com a fortaleza do teu ser sê pedra angular
Da Igreja nossa Mãe

Reza com a tua vida:
Pois toda a vida pode ser oração,
Se trilhares generosamente
Caminhos de verdade, de justiça e doação.

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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Missão é partir...


"Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si,
quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso eu.
É parar de dar a volta ao redor de nós mesmos
como se fôssemos o centro do mundo e da vida.
E não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo
a que pertencemos:
a Humanidade é maior.
Missão é sempre partir, mas não devorar quilómetros.
É sobretudo abrir-se aos outros como irmãos,
descobri-los e encontrá-los.
E, se para encontrá-los e amá-los é preciso atravessar
os mares e voar nos céus,
então missão é partir até aos confins o mundo.”

Dom Hélder da Câmara

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Adoração Eucarística


«Vossa sou, para Vós nasci, Que quereis fazer de mim?»

Quarta - feira, 6 de Outubro

Convento do Carmo - Viana do castelo

http://ultimomissionario.blogspot.com/2010/10/adoracao-eucaristica-de-outubro.html


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A Padroeira das Missões


Santa Teresa do Menino Jesus foi proclamada padroeira principal de todos os missionários e de todas as missões existentes, com São Francisco Xavier, a 14 de Dezembro de 1927, pelo Papa Pio XI.

A padroeira das missões lembra-nos o valor dos “pequenos nadas” e demonstra-nos os benefícios de aceitarmos os nossos limites e assumir a nossa pequenez, sem nos envergonharmos da nossa humanidade. A sua vida retrata a grandiosidade do seu amor a Deus através da simplicidade.

A grande missão de Santa Teresinha é conduzir as pessoas até Deus, dando-lhes a conhecer o seu amor incondicional e fazê-las senhor o quanto são amadas por Ele e, desse modo, reunir com o coração o maior número de filhos junto do Pai.

O conceito de missão é assim ampliado, levando-nos a compreender que, pela oração, também nos podemos tornar missionários. A oração permite-nos uma comunicação mais próxima com Deus, transmite-nos força e esperança e alerta-nos para a presença de Deus nos acontecimentos da nossa vida. É, no fundo, o sustento da acção missionária.

Assim, também para Santa Teresinha o Amor é o fundamental em tudo, encerrando todas as vocações. Um coração desprendido dos bens terrenos e cristalizado no Amor e na simplicidade, à semelhança dos mais pequeninos.

Quando Jesus, no Pentecostes, envia aos discípulos o Espírito Santo, não lhes dá uma lei exterior mas uma lei interior, que não está escrita na pedra, mas sim nos corações.

Santa Teresinha expressou tantas vezes que havia chegado a um ponto em que não poderia mais sofrer, pois o amor suplantara a sua dor. Também nós!

Santa Teresinha, nas palavras de Pio X, “a maior Santa dos tempos modernos”, deu corpo ao texto do Evangelho, transformando-o em propósitos para a vida actual. Paulo VI quis que a mensagem de Santa Teresa de Lisieux se expusesse de acordo com as necessidades do nosso tempo. Trilhar o “caminho da infância espiritual”, senhor a filiação divina do Amor e a consequente confiança filial, eleva-nos aos braços de Deus, vivendo com simplicidade e confiança na Providência, um profundo sentido

da dignidade de todo o ser humano e da fraternidade entre os homens. Missionar em Amor através do mundo, das realidades criadas por Deus, da serenidade e do optimismo.

in Outubro Missionário 2010

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