privado de prazer e de contento,
posto na pastorinha o pensamento,
seu peito de amor ferido, pranteando.
Não chora por tê-lo o amor chagado,
pois não lhe pena o ver-se assim dorido,
embora o coração esteja ferido,
mas chora por pensar que é esquecido.
Que só o pensar que está esquecido
por sua bela pastora, é dor tamanha,
que se deixa maltratar em terra estranha,
seu peito por amor mui dolorido.
E disse o Pastorinho: Ai, desditado!
de quem do meu amor se faz ausente
e não quer gozar de mim presente,
seu peito por amor tão magoado!
Passado tempo em árvore subido
ali seus belos braços alargou,
e preso a eles o Pastor se ficou,
seu peito por amor mui dolorido.
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