domingo, 12 de abril de 2009

A marca que deixamos nos outros

João, quando criança à menor provocação e contrariedade tinha um carácter muito furioso, irreflectido. Toda a gente desaprovava os seus actos e até mesmo o pequeno João se sentia envergonhado quando não conseguia controlar a sua ira apesar de muito se esforçar para não repetir os seus actos.
Certo dia na catequese o catequista ficou impávido e orgulhoso do pequeno João, quando se dirigiu a um dos amigos e pediu-lhe desculpa. O catequista pegou numa folha de papel e entregou a João pedindo-lhe:
- João, amassa-a, amassa esta folha com toda a tua força, com toda a tua energia, faz dela o que quiseres… no fim quero que ela volte a ficar igual tal como eu te entreguei.
João por mais que se esforça-se não conseguiu deixar a folha tal como o catequista a tinha entregado. O papel ficou amarrotado, com muitos vincos, bem tentou alisar com todos os objectos que encontrava mas nada a fazia regressar ao estado inicial.
O catequista, vendo o esforço do João, com um olhar terno e enternecedor abeirou-se dele e retorquiu:
- Sabes João, jamais essa pequena folha ficará igual, o coração e cada pessoa é como esse papel. As marcas que nas pessoas deixamos em consequência dos nossos actos são tão difíceis de por vezes dilacerar…

1 comentário:

Joana Costa disse...

*Parabéns, por esta maravilhosa história! Esta história fez com que eu pensasse em mim. Em determinadas alturas da nossa vida fazemos com que no coração de algumas pessoas permaneçam marcas. Dói saber que magoamos as pessoas de quem mais gostamos! Por isso dou os meus parabéns, por existirem pessoas que escrevem assim, que escrevem estes pequenos contos que nos ajudam a abrir os olhos! Obrigada :)