domingo, 19 de outubro de 2008

ENTREVISTA COM O CARMELITA JOÃO DE SOUSA, MISSIONÁRIO


No séc. XX temos poucos missionários….
Sim, em Portugal temos poucos… Somos pequeninos. Mas na Ordem sempre houve abertura para as missões… e isso era falado durante o curso de Teologia. Eles vinham da Índia, da África e da América. Conheci aquelas grandes figuras, embora agora as confunda um pouco.
Eles vinham e falavam-nos das Missões, e olha que nos animavam. Durante o tempo da nossa formação teológica essa ideia tinha muita força. Os Provinciais promoviam muito as missões… os priores e professores também… e havia a União Missionária de Estudantes Carmelitas, a UMEC.

Uma forma de se animarem uns aos outros…
Sim, e depois tínhamos a revista Obra Máxima através da qual o director e os colaboradores mais próximos nos animavam também.

Por fim vieste…
Sim, mas se não insistissem demasiado para eu vir… eu ainda lá estava. Se não insistissem tanto eu aguentaria lá não sei quantos mais anos… não me teria cansado por ficar lá mais 20, 30 anos… eu aguentaria… mandaram-me vir, pois fazia falta… e contrariado, aceitei…
Rebelde, não fui… Aceitei e vim. Mas a nível de Igreja fazia mais falta lá do que aqui.

Um missionário tem alegrias no anúncio do Evangelho?
Tem, mas lá não é como aqui. É outro estilo, outra vida, outras vivências… não podemos pensar numa igreja cheia de pessoas. É quando é. Frequentemente é um grupinho de pessoas, que se não tem aquela eucaristia não tem mais nenhuma…

Foi assim…
Foi assim. Não sou nenhum herói que a pátria não condecorou, nem nenhum santo que a Igreja não canonizou…. Mas…

Mas daí até não seres nada… tu eras um apaixonado pelas missões… P. Sousa, muito obrigado! Missionário, a tua bênção…
Oh…

Custa-te dar a bênção a um padre?
Um pedinte não pede a bênção a outro pedinte…

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